As alergias de primavera são, na realidade, reações alérgicas mais gerais, ou melhor, são erros de leitura do sistema imunológico.
O nosso sistema imunológico assume como inimigas substâncias consideradas banais no quotidiano e faz soar o alarme do organismo, que as repudia. Pode afetar nariz e garganta e aí os sintomas mais comuns são a irritação, nariz escorrendo e muitos espirros. É a chamada rinite alérgica. Pode afetar os olhos, com coceira e inflamação (conjuntivite alérgica). Pode ser também causa de asma, quando se manifesta com chio e dor no peito e dificuldade em respirar. Os sintomas de uma alergia se distinguem do resfriado porque, se não forem controlados, vão manter-se por toda a época de polinização. Os sintomas de uma crise alérgica aumentam quando há maior exposição ao alergeno.
Sem um tratamento correto, o sistema imunológico torna-se ainda mais sensível, acabando por reagir com muita frequência à mínima presença de substância que considere agressora, em qualquer época do ano. Não é raro, um doente inicialmente alérgico aos pólenes, por exemplo, com queixas mais intensas na primavera, se vá sensibilizando a outros alergenos passando a ter queixas mais intensas também em outros períodos.
Algumas alergias podem mesmo serem sazonais, mas regressam ano após ano, por vezes intensificando-se e conduzindo a quadros crônicos.
As mudanças de temperatura podem também desencadear queixas associadas a doenças alérgicas, como a rinite e a asma. Não porque os doentes sejam alérgicos às mudanças de temperatura, mas porque essas alterações, sobretudo para o frio, funcionam como estímulos irritativos, causando tosse, crises de espirros, obstrução nasal, entre outros sintomas.
Não valorizar a doença alérgica é um dos principais erros cometidos pelos próprios doentes. Habituam-se aos constrangimentos que os sintomas provocam, aprendem a lidar com eles e a minimizar o seu impacto e nem sempre estão devidamente informados sobre a evolução negativa que este tipo de doença pode sofrer. Acima de tudo, nem sempre estão a par das interferências que a doença acaba por ter na qualidade de vida.